Condenar “muito” autoriza “pouco”?

O argumento é simples e, para muitas pessoas, convincente. Se diáconos não podem ser “inclinados a muito vinho” (1 Timóteo 3:8), obviamente podem tomar um pouco. Às vezes, acrescenta mais um argumento do mesmo capítulo, fazendo um contraste entre diáconos e presbíteros. Um presbítero, por ter uma responsabilidade maior na igreja, não pode ser “dado ao vinho” (versículo 3). Mas o diácono tem mais liberdade e, por extensão, outros cristãos podem beber. São somente os presbíteros, vistos como super-cristãos, que não podem beber.

Uma outra passagem citada, freqüentemente, no estudo deste assunto é Tito 2:3, que diz que as mulheres idosas não devem ser “escravizadas a muito vinho”. E assim chegamos à conclusão de muitos quando se trata da questão de bebida alcoólica: Deus condena muito e autoriza pouco.

Mas antes de abrir as latas e começar a festa, não seria sensato examinar melhor estes argumentos? Será que condenar muito autoriza pouco?

O primeiro problema com este argumento, e um que deve chamar a nossa atenção, é que ele chega a uma conclusão que contradiz outras instruções dadas pelo Senhor. O mesmo Deus que disse que não devemos olhar para o vinho no copo (Provérbios 23:31), diria que diáconos e idosas podem tomar um pouco?

O segundo problema vem de um estudo das outras palavras nestas frases, especialmente os termos “inclinados” e “escravizadas”. Para provar que “não muito” permite “pouco”, teríamos que completar a frase. Se “não muito” auto-riza “pouco”, seria lícito ser escravizado a pouco vinho! Mas Deus não disse isso. Devemos praticar domínio próprio (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6) e devemos ser temperantes, sensatos e criteriosos em tudo (Tito 2:1-6). Não precisamos de uma proibição específica para saber que o servo do Senhor não deve ser escravi-zado a substâncias – seja cocaína, maco-nha, álcool ou qualquer outra droga. Considere, também, 2 Pedro 2:19; Tito 3:3; Romanos 6:17-20.

O terceiro e maior problema com estes argumentos para justificar a bebida é a própria expressão. O fato de condenar “muito” de uma coisa pode dar ênfase, mas não necessariamente justifica “pouco”. Pedro condena o “excesso de devassidão” (1 Pedro 4:4), sem justificar um pouco de devassidão (libertinagem). A advertência contra “muitas concupis-cências insensatas” (1 Timóteo 6:9) não quer dizer que poucas seriam inofen-sivas. Da mesma maneira, instruções contra muito vinho não justificam pouco.

Paulo disse: “Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios” (1 Tessalonicenses 5:6).

–por Dennis Allan

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