A Fascinação com Novidades

É natural se interessar por novidades. Os jornais e revistas existem para satisfazer uma parte da curiosidade humana sobre coisas novas. A tecnologia avança pela busca de coisas ainda não descobertas ou não inventadas. O comércio sobrevive por alimentar o desejo das pessoas de ter as roupas da moda, eletrodomésticos da última geração e carros do ano. E quem usa computadores e celulares entende bem que os programas e até os aparelhos “novos” chegam às lojas já desatualizados!

Neste ambiente que valoriza as novidades, não nos surpreende ver muitas pessoas fazendo a mesma coisa em questões espirituais. Buscam novidades e atualizações, novos caminhos e religiões da moda. E nesta busca desviam da verdade revelada pelo Deus eterno que nos criou e nos guia.

Há 2.600 anos, Jeremias transmitiu estas palavras do Senhor: “Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos” (Jeremias 6:16). O problema que este profeta enfrentou não foi falta de acesso à palavra de Deus. 800 anos antes, Deus tinha comunicado uma lei especial ao seu povo hebreu, e aquela lei, em forma escrita, continuou acessível ao longo dos séculos. A dificuldade, também, não foi a dificuldade de compreender a mensagem. Foi Deus que criou o homem com a capacidade de comunicar usando palavras, e Deus sempre comunicou aos homens em palavras compreensíveis. O problema foi bem explicado na resposta do povo ao convite divino. Quando Deus chamou o povo para buscar e seguir o caminho que leva ao descanso espiritual, simplesmente recusaram! Não foi a vontade nem o procedimento de Deus que fechou a estrada. O caminho para o descanso foi interditado pela teimosa rebeldia dos homens contra seu Criador.

Alguns séculos depois, Paulo visitou a Grécia, o berço da filosofia ocidental. Não há dúvida sobre contribuições dos gregos ao desenvolvimento de civilizações importantes. Até hoje, os pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles ocupam um lugar importante no ensinamento da filosofia e outras matérias. Lucas, o autor do livro de Atos dos Apóstolos, descreve o povo de Atenas quando Paulo visitou a cidade quatro séculos depois da morte do último destes filósofos: “Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades” (Atos 17:21). Continuavam na busca de novidades.

De fato, a mensagem de Paulo foi uma novidade para muitos dos seus ouvintes naquele dia, como o evangelho continua sendo a “boa nova” para as multidões de hoje. Mas a novidade foi muito mais do que apenas uma nova perspectiva, uma nova maneira de olhar para as mesmas realidades constantes. Paulo não introduziu apenas uma nova filosofia, ele apresentou um novo fato: Jesus, um homem de uma humilde família judia, morreu e ressuscitou! A aceitação deste fato, com certeza, mudaria totalmente a perspectiva de qualquer um sobre o significado da vida, porque abre o horizonte para enxergar a possibilidade de uma vida eterna após a morte.

Para anunciar esta novidade para os ouvintes, Paulo começou onde todos precisam começar, com o Criador do universo. Ele mostrou a preocupação de Deus com suas criaturas, chegando à mensagem da salvação por meio de Jesus crucificado e ressurreto.

Desde aquela época, Deus não atualizou a sua mensagem para o homem. Muitas igrejas vivem acrescentando e mudando a palavra revelada, como faziam os falsos profetas da época de Jeremias. Abandonam a mensagem eterna em busca de algo mais espetacular. Desprezam as “veredas antigas” encontradas exclusivamente na Bíblia. Pregam a sabedoria humana e as manchetes dos jornais, porque perderam a confiança no bom caminho que leva à vida eterna (1 Coríntios 2:1-5).

Deus continua nos chamando: “. . . perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma”.

– por Dennis Allan