Deus Tem Domínio

Daniel é um livro maravilhoso de profecias e de relatos da vida de alguns judeus que passaram décadas no cativeiro na Babilônia nos 7º e 6º séculos a.C. Sem dúvida, alguns trechos deste livro são complicados e, por este motivo, muitos se confundem nas suas interpretações. Mas seria uma pena deixar estas dificuldades nos impedirem de compreender a principal mensagem do livro.

O jovem Daniel foi levado ao cativeiro 605 anos antes de Cristo pelo potente exército do rei mais poderoso do mundo, Nabucodonosor. Este rei, como muitos outros governantes antes e depois dele, tinha tendência a esquecer que seu poder havia sido concedido por Deus. Ele ousava olhar com orgulho para suas obras e conquistas, sem considerar que não era mais do que uma marionete nas mãos do verdadeiro dominador do mundo.

Deus tem, através da História, humilhado homens assim. Nabucodonosor, como Faraó, Seom, Ogue, Golias, e vários dos reis chamados Herodes e imperadores chamados César, foi humilhado pelo inigualável poder de Deus. Uma simples sentença da interpretação do sonho do rei dá uma das mais completas declarações da Bíblia sobre o domínio divino nos assuntos humanos: “O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Daniel 4:32). Nenhum chefe de governo jamais deveria pegar uma caneta para promulgar ou vetar uma simples lei, sem considerar cuidadosamente este fato.

Infelizmente, os líderes de hoje, como o próprio Nabucodonosor, esquecem facilmente de Deus. Podem até invocar o nome do Senhor nas suas declarações, mas raramente refletem sobre a vontade dele nas suas decisões. Observamos nas políticas da maioria dos países hoje um orgulho humano que simplesmente deixa Deus fora de qualquer questão. Símbolos religiosos ainda permanecem em alguns centros de poder político – uma Bíblia aqui, um crucifixo ali, uma escultura de tábuas de pedra com os 10 Mandamentos em outro canto – mas há muito tempo perderam seu significado prático nas decisões dos homens e mulheres que governam as grandes nações.

Na ausência dos princípios morais e éticos ditados pelo Criador, prevalecem as noções defendidas pelas criaturas. Ao invés de aceitar princípios absolutos do certo e errado, todas as questões se tornam políticas, e as opiniões do povo ou dos líderes eleitos se tornam o padrão. Os governantes de hoje não olham com orgulho somente para suas grandes obras de construção, mas até para as políticas feitas para ditar como os cidadãos devem pensar. Por meio de decisões governamentais e políticas educacionais, líderes em altas posições procuram determinar como seus súditos devem agir, falar e até pensar sobre questões de moralidade, de comportamento sexual e de preservar ou exterminar vidas (depois ou antes do nascimento da pessoa). E quando definem e defendem suas políticas, será que algum destes governantes reflete sobre o fato declarado por Daniel sobre a soberania de Deus?

Mas são somente os poderosos que deveriam temer o julgamento divino e pesar suas próprias ações? Deus observa somente as ações dos presidentes, governadores e senadores?

O escritor de Hebreus responde por nós: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:13). Posso esconder-me dos homens, mas jamais vou conseguir ocultar meus atos ou pensamentos de Deus.

No final das contas, todos nós – sejamos governantes poderosos ou cidadãos esquecidos – seremos julgados pelo mesmo reto Juiz: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Coríntios 5:10).

Devemos tomar cada decisão com plena consciência de que Deus está observando, e nos responsabilizará por nossos pensamentos e práticas. “O Altíssimo tem Domínio!”

–por Dennis Allan

Uma versão menor deste artigo: "O Altíssimo Tem Domínio"