Perdido e Achado

Todos nós entendemos a felicidade e alívio de encontrar algum objeto perdido. Seja uma chave, um documento, um relógio ou outra posse qualquer, quando achamos o item procurado passamos imediatamente da frustração e angústia à alegria. E quando a posse perdida representa algo precioso para nós, a felicidade multiplica.

Jesus usou esta característica comum da natureza humana para ensinar uma lição importante. Ele contou uma série de 3 parábolas sobre perdidos e achados (todas relatadas em Lucas 15). Na primeira, um pastor de ovelhas deixa 99 ovelhas e sai procurando uma ovelha perdida. Depois de encontrar o animalzinho perdido, ele chama os amigos para uma festa. Na segunda, uma mulher perde uma moeda que vale o salário de um dia de trabalho. Quando ela encontra a moeda, compartilha a alegria com suas amigas e vizinhas.

Estas duas parábolas introduzem a terceira, que é a mais extensa da série. Na terceira, comumente conhecida como a parábola do filho pródigo, um homem perde seu filho. Não perde no mesmo sentido da ovelha ou a moeda, pois este filho pede a herança do pai antecipadamente e vai embora para outro país, usando este dinheiro. O pai e seu outro filho, mais velho, ficam em casa e continuam com seus deveres. O filho que foi embora faz um estrago na sua vida. Ele desperdiça toda a sua herança numa vida descontrolada. Ele chega ao desespero de aceitar um emprego alimentando porcos, e continua passando fome. Até pensa em comer os legumes que jogava para os porcos.

É nessa situação que o rapaz chega ao fundo do poço e volta à sensatez. Ele percebe que os servos na casa do seu pai vivem melhor do que ele naquela terra estranha. Ele entende que chegou a esta situação por suas próprias escolhas erradas, e que ele mesmo teria que tomar decisões certas para voltar para a casa do pai. Humildemente, ele decide pedir para o pai aceitá-lo, não como filho, mas apenas como servo. Quando o filho chega perto da casa, o pai vai correndo para encontrá-lo. O filho confessa seus pecados e reconhece ser indigno de qualquer posição como filho, mas o pai sentiu tanta alegria em receber de volta o filho perdido que prepara uma grande festa.

Aqui Jesus chega ao ponto principal destas parábolas. O irmão mais velho chega do seu trabalho e percebe o clima de festa. Quando descobre o motivo, ele fica zangado com o pai. Por que ele daria esta honra para seu filho que não presta e que desonrou seu próprio pai? Ele não devia esta atenção especial para o bom filho que nunca abandonou seu lugar na casa do pai?

O pai corrigiu a atitude errada do seu filho mais velho, e desta maneira Jesus ensinou sua lição principal. O contexto destas parábolas mostra as críticas dos líderes religiosos porque Jesus teve contato com pecadores, pessoas que eles julgavam indignas da atenção de um líder espiritual: “Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles” (Lucas 15:1-2). O irmão mais velho representa estes religiosos. Eles “ficavam na casa de Deus” mas não admitiam que os pecadores de fora tivessem acesso. Estes fariseus e escribas se julgavam superiores ao povo comum e até se achavam dignos da comunhão com Deus. Jesus, por meio destas parábolas, repreendeu fortemente sua arrogância.

Há tantas lições práticas neste capítulo 15 do evangelho relatado por Lucas. Entre elas: (1) O perigo de se afastar de Deus. A ovelha, a moeda e o filho mais novo representam pessoas perdidas, afastadas de Deus; (2) A alegria de Deus e dos seus anjos quando um pecador se arrepende e volta ao Senhor. Cada história termina com festa; (3) O perigo da arrogância que despreza um outro ser humano, mesmo quando este erra e estraga sua vida. Tal atitude não reflete o amor que Deus quer de seus filhos!

–por Dennis Allan