O Problema do Pecado no Ensinamento Bíblico

Não é fácil encarar nossa culpa. Algumas pessoas têm feito esforços dramáticos para minimizar esta culpa. Dois destes esforços merecem nossa atenção.

1. O esforço para redefinir o pecado. “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Isaías 5:20). Os homens gostam de se exaltar e assumir o direito de decidir o que é certo ou errado, mas é Deus quem sempre fez esta distinção. Ele falou dos mestres que davam um falso sentido de segurança, deixando de pregar as terríveis consequências do pecado: “Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei do SENHOR está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena dos escribas a converteu em mentira.... Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jeremias 8:8,11).

2. A afirmação de que herdamos a culpa pelo pecado. Muitos ensinam que a mancha do pecado é herdada, assim removendo a responsabilidade do pecador e atirando-a nas costas dos seus ancestrais, e por aí a fora até Adão. Para defender esta ideia, eles frequentemente apelam para tais passagens poéticas como o grito por misericórdia de Davi, cheio de remorso, no qual ele se sentia tão longe de Deus que era como se nunca o tivesse conhecido (Salmo 51:5). Enquanto o contexto claramente fala da própria culpa de Davi por causa de seu adultério com Bate-Seba e o assassinato de Urias, há quem tente usar esta passagem para negar outras claras afirmações da Escritura. Por exemplo, Deus disse: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este” (Ezequiel 18:20). Jesus nunca ensinou que as crianças fossem pecadoras. Em contraste, ele disse que precisamos tornar-nos como crianças para entrar no reino do céu (Mateus 18:3-4; 19:14). Estará ele dizendo que precisamos tornar-nos pecadores para entrar no reino? Certamente que não! Precisamos tornar-nos humildes e sem pecado como crianças inocentes para entrar no seu reino. Meu pecado não é falta dos meus pais, ou avós, ou Adão e Eva. Meu pecado é minha falta!

Implicações Práticas

O entendimento da doutrina bíblica do pecado nos permitirá evitar muitos erros perigosos. Pense nestas implicações dos fatos bíblicos que temos examinado.

1. Muitas doutrinas sobre Maria não têm respaldo bíblico. As Escrituras não ensinam a imaculada conceição ou a virgindade perpétua de Maria. Estas doutrinas foram desenvolvidas por homens depois do Novo Testamento, e são ideias construídas sobre a fundação falsa da doutrina do pecado herdado. Maria nasceu pura e inocente, como todos nós nascemos. Mas todos pecamos e precisamos da graça de Deus (Romanos 3:23).

2. Jesus não herdou a mancha do pecado porque nenhuma criança herda o pecado. A culpa não é herdada, nem por Jesus, nem por nossos filhos ou netos. É por isto que não existe nenhuma razão bíblica para o batismo de crianças.

3. Eu pequei, e preciso do perdão de Deus. Todos nós precisamos do perdão misericordioso de Deus para escapar da eterna consequência do nosso pecado (Romanos 6:23).

4. O homem criou a barreira do pecado; somente Deus pode removê-la. O grito terrível de Paulo sugere a intransponível barreira do pecado: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24). No versículo seguinte, Paulo responde sua própria pergunta: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor”.

Depois de tudo o que fizemos contra Deus, que maravilhoso privilégio é que ele ainda nos permita a oportunidade de obedecê-lo, de receber seu perdão e de ser chamados seus filhos.

–por Dennis Allan