Ouça, Reflita e Decida

“O SENHOR diz: ‘Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. Se estiverem dispostos e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra. Mas, se recusarem e forem rebeldes, vocês serão devorados pela espada; porque a boca do SENHOR o disse’” (Isaías 1:18-20).

Isaías comunicou essas palavras em uma tentativa de evitar o castigo do povo de Judá. Deus havia mantido uma relação especial com aquela nação durante séculos, mas ficava cada vez mais triste com a rebeldia do povo. Como Pai falando com seus filhos, ele chamou a nação para conversar.

Ele chama para discutir a questão. Outras traduções trazem a ideia de raciocinar juntos. Apesar do fato de Deus ter todo direito de simplesmente decretar e mandar, ele ouve as suas criaturas. Ele estava atento aos gritos por livramento e atendeu, muitas vezes, os pedidos do seu povo. Mesmo nesse momento crítico de um povo obstinado caminhando para seu fim, Deus estava disposto a ouvir e, mais ainda, pronto a perdoar (Isaías 59:1-2).

A salvação de Judá, porém, não dependia somente de Deus. Ele é o único capaz de salvar (Isaías 43:11), mas o livramento que ele oferece depende de uma resposta humana. Aqui, ele falou da disposição de ouvir. Ouvir não significa apenas um processo mecânico de sentir as vibrações de algum som aleatório. Ouvir a palavra de Deus implica em receber e agir com uma resposta adequada.

Esse fato fica evidente na continuação do convite. A opção de recusar ouvir é evidenciada na rebeldia. Deus não obrigou Judá a ser obediente. Ele não forçou Adão e Eva a cumprirem suas ordens. Ele não criou uma raça de robôs programados por instintos irresistíveis. Judá encarou uma decisão: obedecer ou não. Nós temos a mesma opção.

Jesus apresentou a mesma possibilidade de decisão de várias formas: uma escolha entre dois caminhos com destinos diferentes (Mateus 7:13-14), a decisão de fazer ou não a vontade do Senhor (Mateus 7:17-23; João 14:15,23), a determinação de construir sobre uma rocha ou sobre a areia (Mateus 7:24-27). Nossa escolha tem implicações eternas (2 Tessalonicenses 1:7-10).

O apelo de Deus, feito por meio do profeta Isaías ao povo de Judá, explica bem o propósito do Senhor na sua comunicação aos seres humanos. Não somente no livro de Isaías, mas na Bíblia toda Deus nos convida a ouvir, refletir e decidir.

-por Dennis Allan

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