Uma Divisa Importante

Quando escreveu aos cristãos em Roma, uma cidade cheia de deuses e mitos, o apóstolo Paulo identificou uma linha importante de divisa entre duas categorias de seres. Paulo descreveu todos que adoram ídolos quando disse: “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” (Romanos 1:25). Há uma distinção importante e absoluta entre Criador e criaturas. O Criador deve ser adorado e servido, enquanto as criaturas não merecem ser exaltadas dessa maneira.

Deus é o Criador e, por isso, merece adoração. Esse fato é fundamental à mensagem das Escrituras, do começo ao fim. A Bíblia começa com a simples afirmação: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1). Mesmo depois de séculos da divulgação de diversas teorias que procuram explicar a Natureza sem projetista, mais de 80% das pessoas no mundo (a porcentagem no Brasil é bem maior) ainda acreditam na existência de Deus. Apesar de muitas divergências sobre a identificação de Deus, a maioria das pessoas acredita que o mundo foi criado por um poder superior.

Ao longo da Bíblia, sua posição como Criador continua sendo uma distinção absoluta entre Deus e suas criaturas. Sua criação oferece evidência da sua existência (Salmo 19:1-6) e serve como motivo para sua adoração por parte das criaturas: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou” (Salmo 95:6). Até os servos celestiais adoram a Deus por causa da sua criação: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Apocalipse 4:11).

Por ele ser o Criador, o conhecimento e sabedoria de Deus são muito superiores aos pensamentos humanos (Jeremias 10:23; Isaías 55:8-9). Na sua resposta aos questionamentos de Jó, Deus perguntou: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento” (Jó 38:4). Quando Deus chamou seu povo para abandonar sua confiança ridícula nos ídolos impotentes, ele disse: “Eu sou o SENHOR, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra” (Isaías 44:24).

Agora chegamos a linha de separação. Deus, como Criador, permanece de um lado. Os seres humanos e outras criaturas, porém, ficam do outro lado.

Homens são criaturas e não merecem adoração. Jesus reforçou um ensinamento importante do Antigo Testamento quando disse a Satanás: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mateus 4:10). Nenhuma criatura merece adoração. Homens bons e tementes a Deus recusam receber a adoração dos outros (Atos 10:25-26; 14:15) e não oferecem essa honra a meras criaturas (Daniel 3:18).

Anjos são criaturas e não merecem adoração. Anjos ocupam uma posição superior à dos homens, mas ainda são criaturas de Deus. Por este motivo, anjos bons recusam a adoração dos homens (Apocalipse 19:10; 22:8-9).

Uma vez que entendemos esta distinção entre Criador e criaturas, podemos fazer uma pergunta importantíssima: de qual lado dessa divisa fica Jesus? Se é criatura, podemos vê-lo como apenas um anjo ou um bom homem que ensinava algumas coisas interessantes. Mas se ele é o Criador, devemos honrar, servir, obedecer e adorá-lo!

As Escrituras respondem. “pois, nele, foram criadas todas as coisas. . . . Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1:16). “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Jesus, o Criador e Redentor, merece a adoração das suas criaturas. O próprio Pai mandou: “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hebreus 1:6; veja Apocalipse 5:9-14).

Jesus, sendo Deus, merece nossa adoração e lealdade absoluta!

-por Dennis Allan