Gostamos de compartimentalizar a vida. Falamos sobre a vida profissional, a vida sentimental, a vida espiritual, a vida acadêmica e várias outras, como se tivesse em cada um de nós uma lista de vidas distintas. Com essa mentalidade, muitos conseguem imaginar uma distinção entre a vida espiritual ou religiosa, que se limita ao cumprimento de alguns deveres litúrgicos, e a vida real do dia a dia. Quando se pensa dessa maneira, a vida espiritual pertence a lugares fechados onde participa de ritos religiosos (chamados preces, orações, hinos, missas etc.) e não deve invadir o espaço da vida real do dia a dia. Por uma ou duas horas no fim de semana, pode brincar de santo, mas o resto da semana é dedicado às mentiras dos negócios e à satisfação dos desejos carnais. Quando se encontra “dentro da igreja”, deve demonstrar a santidade e a reverência para com Deus, mas, depois de sair daquelas quatro paredes, volta à realidade da vida.
Jesus censurou atitudes desse tipo quando disse aos líderes religiosos da sua época: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23:27-28). Ironicamente, muitos de nós conseguimos ler repreensões como essa sem perceber o perigo de nos achar superiores aos fariseus. Apenas dois versículos depois, Jesus avisou sobre essa tendência de se achar melhor do que os pecadores do passado: “e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!” (Mateus 23:30).
Quando fazemos a distinção artificial entre a vida espiritual e a vida real, cometemos o mesmo erro feito pelos hipócritas que Jesus criticou. A vida do servo de Deus pertence ao Senhor 24 horas por dia, sete dias por semana. Nada da nossa experiência pode ser separada dessa vida espiritual.
Consideremos um exemplo positivo: o profeta Daniel e três dos seus amigos. Seiscentos anos antes do nascimento de Jesus, o jovem Daniel foi arrancado da sua pátria e levado à Babilônia como cativo. Da sua perspectiva judaica, a terra de Israel era uma terra santa, comparável à igreja no Novo Testamento. Era o lugar onde Deus encontrava seus fiéis. Quando Daniel foi para a Babilônia, ele entrou no mundo, com pessoas em sua volta que não serviam a Deus.
Nesse lugar, as conversas e os costumes eram outros. As pessoas não compartilhavam os mesmos conceitos religiosos. Daniel e três outros jovens estavam distantes das suas famílias e das influências religiosas dos judeus. Na Babilônia, receberam um tipo de bolsa de estudo para poderem crescer profissionalmente. Nessa circunstância, a realidade era outra. Não estavam no ambiente fechado da sua religião, pois entraram na vida política do império mais poderoso do mundo.
Daniel e seus amigos recusaram compartimentalizar suas vidas. Não pensaram que a santidade e o serviço religioso seriam pequenos setores das suas vidas complicadas. Não tentaram viver por algumas regras no sábado (o dia consagrado para os judeus) e por outras normas nos outros dias. Esses jovens entendiam seu lugar como servos de Deus em qualquer lugar e em todos os momentos. Esse fato explica o procedimento de Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Eles recusaram participar dos costumes pecaminosos do mundo (Daniel 1:8-21).
Esses servos de Deus não seguiam nem temiam as filosofias religiosas inventadas por homens, porque confiavam unicamente no verdadeiro Deus (Daniel 2:1-23).
Por causa dessa fé em Deus, acharam melhor morrer do que dobrar o joelho para falsos deuses (Daniel 3:1-30).
Não aceitaram a ideia de que qualquer homem poderia tomar o lugar de Deus (Daniel 6:1-27).
Os verdadeiros servos de Deus não procuram distinguir a vida espiritual de outros aspectos da sua existência, porque entendem que existem pela graça de Deus e para sua honra e glória.
-por Dennis Allan
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