Moabe, Amom e Sodoma

A história da antiga cidade de Sodoma é triste e feia. Deus falou com Abraão, um homem fiel e dedicado, sobre a iniquidade de Sodoma, a cidade onde Ló, o sobrinho de Abraão, morava. “Disse mais o SENHOR: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito” (Gênesis 18:20). Quando Deus não encontrou nem dez homens justos na cidade toda, ele mandou enxofre e fogo do céu para destruí-la (Gênesis 19).

Três residentes de Sodoma escaparam dessa destruição: Ló e suas duas filhas. Essas filhas, porém, ainda não confiavam no Senhor e cometeram um grave pecado logo depois de sairem da cidade. Fizeram seu pai ficar bêbado e tiveram relações com ele para engravidarem. As duas ficaram grávidas e tiveram filhos que se tornaram pais das nações de Moabe e Amom, povos que ocupavam territórios ao leste do rio Jordão. Durante séculos, os moabitas e amonitas foram inimigos dos israelitas, a nação escolhida e guiada especialmente por Deus.

Vários dos profetas do Antigo Testamento citaram os moabitas e amonitas, quase sempre em mensagens de julgamento e castigo por causa dos pecados desses povos. Isaías, Jeremias e outros pronunciaram as sentenças divinas contra essas nações e outras.

Uma sentença especialmente interessante se encontra em Sofonias, o livro de um profeta que pregou mais de 600 anos antes de Cristo. Deus disse, por meio desse servo: “Ouvi o escárnio de Moabe e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo e se gabaram contra o seu território. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom, como Gomorra, campo de urtigas, poços de sal e assolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e os sobreviventes da minha nação os possuirão” (Sofonias 2:8-9).

Os moabitas e amonitas foram os únicos descendentes, citados na Bíblia, dos sobreviventes de Sodoma, e seu destino seria o mesmo que veio sobre aquela cidade!

O castigo determinado por Deus contra Moabe e Amom ilustra bem um fato que deve servir de alerta para todos. Mesmo depois de ser libertado do pecado e das suas consequências, é possível voltar à má conduta e ainda receber a merecida punição.

Não somos moabitas e amonitas, mas devemos aprender a lição do castigo daqueles povos. Da mesma forma que Deus tirou algumas pessoas de Sodoma, ele nos oferece a libertação dos nossos pecados. A doutrina do Novo Testamento, o evangelho de Jesus, oferece a liberdade para os pecadores. Jesus disse: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará . . . Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:32,36). Paulo escreveu: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1:13) e “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Romanos 6:22).

Poderia acontecer conosco a mesma coisa que aconteceu com Moabe e Amom? Depois de receber o perdão e a libertação dos nossos pecados, seria possível voltar ao pecado e receber o castigo divino? Paulo disse que sim! Ele escreveu: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gálatas 5:1). Pedro concordou com ele: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal” (2 Pedro 2:20-22).

Não sejamos enganados por falsos mestres. É preciso vigiar e permanecer fiel para receber o dom da vida eterna.

-por Dennis Allan