98 Anos

Um período de 98 anos é muito tempo? Depende muito da perspectiva e das comparações. Para muitos animais que vivem poucos anos, 98 anos parece uma eternidade. Para algumas tartarugas e outras espécies, não seria tanta coisa. Para as árvores consideradas as mais antigas do mundo, 98 anos seria um período curto, pois algumas delas aparentemente já tem mais de cinco mil anos de existência.

Para algumas cidades, 98 anos representa apenas um capítulo na sua história. Para outras, esse período é o livro inteiro! 

Durante os últimos 98 anos, avanços na tecnologia e na medicina mudaram dramaticamente as nossas vidas. Em 1918, não existiam robôs nem insulina e penicilina. Carros não tinham rádios e casas não tinham televisores. Policiais não usavam radares e médicos não tinham a maioria dos equipamentos utilizados hoje no diagnóstico e tratamento de diversas doenças. A lista de avanços é enorme. Nem conseguimos imaginar as mudanças na tecnologia que podem acontecer nos próximos 98 anos!

Para os seres humanos, 98 anos ultrapassa a expectativa de vida da maioria. Menos de 4% da população chega a essa idade. Quase todos nós vamos encontrar nosso Criador menos de 98 anos depois do dia do nosso nascimento, e as poucas exceções não demorarão muito mais. Devemos refletir sobre esse fato inevitável.

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9:27).

O sábio rei de Israel procurou satisfação e sentido na vida, e concluiu que o homem deve aproveitar seu tempo, desde a juventude, para buscar e obedecer a Deus: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12:13-14). 

A sabedoria de reconhecer nossa própria mortalidade e de conduzir a vida com o foco na eternidade é fundamental para o nosso sucesso real. Muitas pessoas se preocupam com seu planejamento financeiro, visando uma aposentadoria confortável, mas não pensam em se prepararem para a eternidade. Jesus descreveu tal abordagem míope à vida como loucura (Lucas 12:16-21). 

Um dos primeiros trechos escritos na Bíblia enfatiza esse princípio de viver em um contexto eterno. Moisés comenta sobre a brevidade da vida: “Os nossos dias sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10).

Um benefício enorme dessa perspectiva eterna é a capacidade de suportar as injustiças da vida. O cristão pode viver em qualquer lugar do mundo, mas nunca deve esquecer que sua pátria está no céu. Antes de ser brasileiro, alemão, japonês ou cubano, o seguidor de Cristo é cidadão do céu. Problemas de saúde, crises econômicas e colapsos de governos são apenas distrações temporárias de pouca importância, uma vez que lembramos da nossa perspectiva eterna. “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” (Filipenses 3:20).

Poucos leitores deste artigo chegarão à idade de 98 anos. Todos nós, porém, chegaremos à eternidade, onde seremos julgados pelo nosso Criador. Vamos usar bem os nossos poucos anos!

-por Dennis Allan

[Nota: Artigo publicado no Jornal Bom Dia de Erechim – RS na edição especial comemorando o aniversário de 98 anos da cidade]