Quem Está no Poder?

Milhões de brasileiros fixaram sua atenção na votação recente para avançar o processo de impeachment da presidente da república. Reportagens diárias focam alegações de corrupção contra deputados, senadores, ministros, governadores e diversas outras pessoas em posições de autoridade. A única certeza política no cenário atual é a incerteza sobre o futuro. Quem será o presidente daqui a um ano? Quais poderosos serão presos? Quais corruptos conseguirão se manter no poder? 

Deixarei os comentários políticos para outros, pois o propósito desses estudos vai muito além dos ventos políticos que mudam de hora em hora. Quando olhamos para essas questões da ótica bíblica, temos motivo para nos acalmar. Não sabemos quem será o presidente depois desses procedimentos, mas sabemos quem é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis!

A soberania de Deus em relação às autoridades humanas é uma das doutrinas mais antigas e constantes nas Escrituras. Desde o livro de Gênesis, Deus tem demonstrado sua superioridade sobre todos e quaisquer líderes humanos.

Quando o Egito estava no auge do seu poder imperial, Deus demonstrou seu poder ainda maior. O rei começou a caminhar para um caso adúltero, e Deus o puniu (Gênesis 12:14-17). Um dos sucessores desse rei foi ainda mais arrogante e até desafiou Deus: “Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êxodo 5:2). Deus respondeu em voz alta, enviando uma série de dez pragas para mostrar para o rei quem estava no poder. No final da história, Israel saiu do Egito e deixou para trás um país desolado.

Depois do Egito, o próximo império dominante na região foi a Assíria, conhecido como um dos povos mais cruéis da história. Os reis dessa nação não davam crédito para Deus por seu poder, nem reconheciam quando Deus utilizou seus exércitos para castigar outros povos. Os reis arrogantes confiavam na sua própria astúcia, e até se exaltaram acima de Deus. Um embaixador da Assíria confrontou a fé do povo de Judá, dizendo que seu Deus não era diferente dos falsos deuses adorados pelos povos pagãos: “Acaso, os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria? ...Quais são, dentre todos os deuses destes países, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o SENHOR possa livrar a Jerusalém das minhas mãos?” (2 Reis 18:33-35). Deus puniu a arrogância dos assírios com a derrota total do seu exército de 185.000 soldados!

A Assíria caiu para a Babilônia, e alguns dos reis desse império mostraram a mesma arrogância. Deus humilhou Nabucodonosor para lhe ensinar uma lição importante sobre sua posição (Daniel 4). Ele, como todos os reis e presidentes, precisava entender sua subordinação a Deus. O último rei da Babilônia, Belsazar, aprendeu a mesma lição na noite da sua morte e da queda do império (Daniel 5).

A Babilônia foi derrotada pelos medo-persas, e alguns dos líderes desse império se mostraram igualmente orgulhosos. O pior exemplo foi Hamã, ministro do rei, que tramou um plano para aniquilar os judeus. Mas o plano foi frustrado e Hamã foi executado na mesma forca que ele preparou para um dos judeus (essa história foi preservada para nós no livro de Ester).

As lições não se aplicavam apenas aos povos pagãos. Geração após geração, Deus relembrou os reis de Israel e Judá da sua autoridade absoluta sobre eles, e da importância de reinar conforme sua vontade, e não conforme as ideias humanas. Reis que se esqueceram da soberania de Deus e se exaltavam foram humilhados e, às vezes, tirados do poder.

Como as pessoas que creem no Senhor devem encarar os tumultos políticos que perturbam o país? Devemos lembrar que Deus está no controle (Daniel 4:32), e orar pelos nossos governantes, que possamos viver vidas mansas e tranquilas e exercer a nossa fé, para brilhar como luzes no mundo de trevas (1 Timóteo 2:1-4).

-por Dennis Allan