Quer Morrer em 2017?

Carrie Fisher, John Glenn, Prince, George Michaels, Fidel Castro, Alan Thicke, jogadores da Chapecoense e os técnicos, jornalistas e outros que compartilhavam o mesmo voo, Muhammed Ali, Eliakim Araújo, David Bowie, Domingos Montagner, Morley Safer, Gene Wilder, César Macedo, Nancy Reagan, Harper Lee e muitos outros chegaram ao fim da sua jornada terrestre em 2016. Eram pessoas bem diferentes: heróis, vilões, atletas, atores, músicos, autores, jornalistas. Além dos famosos, muitos de nós perdemos familiares ou amigos importantes no ano que passou. Uma amiga comentou, no final de dezembro: “Eu não aguento mais este ano cheio de notícias tristes”. Uma outra pessoa disse, logo na virada do ano: “Escapamos o ano 2016”. Não sei se 2016 foi pior do que outros anos, mas certamente foi marcante para muitos ao pensar nas pessoas que não estão conosco no início do novo ano.

A morte do corpo natural é um fato inevitável. “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...” (Hebreus 9:27). Todos nós vamos chegar ao dia em que o nosso corpo, feito de pó, volta à terra, e o espírito imortal volta a Deus (Eclesiastes 12:7). É importante aproveitar os momentos tristes de luto para pensar sobre a nossa própria mortalidade e a certeza do julgamento divino que nos aguarda (Eclesiastes 7:1-4). Foi para isso que Moisés orou: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcançarmos coração sábio” e enfatizou a diferença entre a eternidade de Deus e a brevidade da vida terrestre do homem (Salmo 90:2,9-12).

Vamos refletir, porém, sobre uma outra morte, uma que desejo para mim e para meus amigos e que você pode desejar para si e para seus amigos e familiares. Não falo de suicídio ou homicídio e nem de terrorismo. Nas Escrituras, há um sentido positivo da morte. Devemos desejar e até buscar a morte do velho homem do pecado para ter uma nova vida em Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo renegou sua vida no engano do pecado quando se converteu a Cristo. Ele descreve essa mudança radical: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20).

Esse entendimento da transformação na conversão a Cristo como uma morte e ressurreição aparece como tema importante em outros textos bíblicos. Paulo compara o processo da conversão com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Romanos 6:1-11). Quando uma pessoa arrependida recebe o batismo para a remissão dos seus pecados, ela é ressuscitada, espiritualmente, para começar uma nova vida. Enquanto a tendência humana é de fazer de tudo para adiar a morte física, a morte transformadora da conversão é bem-vinda porque, por meio dela, somos libertados da escravidão no pecado: “porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Romanos 6:7).

Esse ensinamento leva a um desafio prático para mudar completamente a direção das nossas vidas: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus... Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Colossenses 3:1-3,5). Paulo apresenta um contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito antes de dizer: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5:24).

Quando se fala da morte física, escapamos 2016 vivos. Mas se ainda não tomamos a decisão importante de abandonar a vida pecaminosa e passar pelo processo da regeneração em Cristo, que morramos em 2017! Se você ainda não se entregou ao Senhor Jesus, espero que morra logo! Por favor, não tire essas palavras do seu contexto, mas entenda bem que desejo para você a morte ao pecado e o começo de uma nova vida em Jesus Cristo. Deus quer a mesma coisa: “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4).

-por Dennis Allan