Estudos Bíblicos

Salmo 43: Espera em Deus, Pois Ainda o Louvarei

O homem que conduzia o povo à Casa de Deus sofreu terrivelmente quando o mesmo povo virou contra seu líder. Clamou a Deus, procurando conforto. Suas orações foram ouvidas e esse homem achou motivo de entrar novamente na Casa do Senhor para adorar seu Deus. O Salmo 43 não tem um cabeçalho para identificar seu autor ou circunstância, mas a leitura dele junto com o 42 deixa claro que um é a continuação do anterior. O refrão encontrado em 42:5 e 11 aparece novamente em 43:5, completando em dois Salmos um hino de três estrofes. Antes de considerar o conteúdo do Salmo 43, será importante voltar e ler novamente o Salmo 42.

Como observamos no estudo do Salmo 42 (no artigo anterior), as palavras dos filhos de Corá descrevem bem os pensamentos de Davi durante o conflito com seu filho rebelde Absalão. A primeira estrofe descreve a angústia do rei, atormentado pelas palavras dos seus adversários, que procuravam pôr em dúvida sua fé (Salmo 42:1-5). A segunda continua as lamentações do líder de Israel, mas com um tom um pouco mais positivo, de reconhecer a sua comunhão com o Senhor (Salmo 42:6-11). A terceira mostra sua confiança de um desfecho favorável da situação, terminando com a sua intenção de entrar na presença de Deus para lhe adorar (Salmo 43:1-5). Vamos considerar essa última estrofe do hino, o Salmo 43.

O protagonista do Salmo (provavelmente Davi) pede o julgamento da sua causa contra a nação, uma solicitação que se ajusta bem aos fatos da guerra civil incitada por Absalão. Sabendo que Davi não desejava a morte do seu filho (2 Samuel 18:5), é possível que ele vê o adversário em termos gerais (“a nação contenciosa” – verso 1) ou em termos de um ou mais dos homens mais experientes que acompanhavam Absalão (assim, o “homem fraudulento e injusto” – verso 1).

A demora na justiça de Deus apresentou uma dificuldade para o salmista, como também para muitas outras pessoas antes e depois dele. Ele pergunta para Deus: “Por que me rejeitas? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos?” Em outro Salmo, Davi perguntou para Deus quatro vezes em seis versos: “Até quando?” (Salmo 13). Habacuque ficou impaciente no seu desejo de ver a justiça divina (Habacuque 1:2). Asafe lutou com a mesma dificuldade ao ver os ímpios prosperarem (Salmo 73:13-14) e expressou bem esse desejo de ver a justiça do Senhor: “Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome?” (Salmo 74:10). As almas dos cristãos mortos nas perseguições do primeiro século fizeram a mesma pergunta para Deus: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra” (Apocalipse 6:10).

A pureza dos motivos do suplicante fica evidente nos versos 3 e 4: “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. Então, irei ao altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu”. Como foi o caso nas citações acima de Davi, Habacuque, Asafe e os mártires na igreja primitiva, a vontade dos fiéis que pedem a justiça é o desejo de ver o nome do Senhor santificado.

Para Davi, os filhos de Corá e outros servos do Senhor em todas as épocas, a maior alegria imaginável se encontra no privilégio de adorar a Deus. O ponto não foi a autopreservação do homem, e sim o cumprimento do propósito da sua existência. Quando Davi sobreviveu à ameaça de Absalão e seus co-conspiradores, as promessas de Deus sobreviveram com ele. O nome de Davi foi lembrado, sim, mas o nome de Deus continua sendo exaltado. Ele é digno do louvor que recebe e que ainda será dirigido a ele por toda a eternidade. “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder...”; “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 4:11; 5:13).

A libertação do justo e o castigo dos seus adversários cruéis foram maneiras de demonstrar a santidade, a justiça e a glória de Deus.

-por Dennis Allan


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