“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12:14-15).
Quando deparamos com a frase “raiz de amargura”, uma leitura superficial ou uma interpretação subjetiva pode nos levar a perder o ensinamento rico dessa expressão no seu contexto. Confesso que li esse trecho muitas vezes antes de perceber o seu verdadeiro sentido. Sabendo que a amargura é um mal que deve ser expulso da vida do cristão (Efésios 4:31), eu via nesse versículo de Hebreus mais uma instrução contra essa atitude venenosa. Mas o estudo mais cuidadoso da expressão conforme sua origem e o contexto desse trecho nos leva a outra conclusão e reforça alguns fatos importantes para nosso estudo e para a vida de cada pessoa que procura agradar a Deus.
A expressão “raiz da amargura” foi introduzida na Bíblia séculos antes de aparecer no Novo Testamento. Entre as palavras finais de Moisés encontramos esta admoestação para o povo de Israel: “Porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito e como passamos pelo meio das nações pelas quais viestes a passar; vistes as suas abominações e os seus ídolos, feitos de madeira e de pedra, bem como vistes a prata e o ouro que havia entre elas; para que, entre vós, não haja homem, nem mulher, nem família, nem tribo cujo coração, hoje, se desvie do SENHOR, nosso Deus, e vá servir aos deuses destas nações; para que não haja entre vós raiz que produza erva venenosa e amarga, ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice” (Deuteronômio 29:16-19).
O contexto desse uso original da expressão lhe atribui seu significado importante. O ponto não é de amargura profunda no coração, uma raiz da qual brotam outros pecados, e sim de uma raiz que produz um resultado amargo, o castigo divino previsto nas maldições do capítulo anterior. A amargura vem de Deus, mas é provocada por atos humanos. Moisés avisou especificamente sobre o perigo de se desviar da vontade de Deus, cobiçando os ídolos e os prazeres carnais que os outros povos buscavam. Ele frisou o risco de uma falsa sensação de segurança, alguém achando que poderia seguir práticas pecaminosas e ficar impune. Mesmo participando da aliança especial que Deus fez com Israel, nenhum homem, mulher, família ou tribo tinha uma garantia de permanecer em comunhão com o Senhor.
Esse entendimento esclarece o ponto de Hebreus 12 e se ajusta perfeitamente ao contexto desse trecho do Novo Testamento. Esse livro frisa a superioridade de Jesus Cristo como Mediador de uma nova e superior aliança, o Novo Testamento. Repetidamente, o autor de Hebreus alerta sobre o perigo de se desviar de Jesus e participar de práticas profanas e inúteis.
Com base na linguagem de Deuteronômio e suas semelhanças com o contexto de Hebreus, devemos aproveitar duas lições importantes do aviso sobre a raiz de amargura: (1) Deixar de servir a Cristo, optando por qualquer outro sistema religioso ou prazer carnal, trará o amargo castigo de Deus; (2) Acreditar que o fato de ter entrado em comunhão com o Senhor seja garantia da salvação eterna é tolice. A doutrina da perseverança ou preservação dos santos, um ponto fundamental do Calvinismo que influencia a teologia de muitas denominações evangélicas, é um exemplo desse perigo. Tanto Moisés quanto o autor de Hebreus ensinaram a necessidade de continuar vivendo conforme a vontade do Senhor para manter a comunhão com ele. Quem prega a doutrina de “uma vez salvo, salvo para sempre” distorce as Escrituras e cria a raiz da amargura.
A amargura no coração é má, e deve ser excluída da vida do cristão. Mas o significado da “raiz da amargura” é bem mais amplo e nos adverte sobre a consequência desastrosa de qualquer desvio da vontade do Senhor Jesus. Vamos seguir a Jesus e perseverar até ao fim!
- por Dennis Allan
ESTUDOS BÍBLICOS PESQUISAR NO SITE MENSAGENS EM ÁUDIO MENSAGENS EM VÍDEO
ESTUDOS TEXTUAIS ANDANDO NA VERDADE O QUE ESTÁ ESCRITO? O QUE A BIBLIA DIZ?
O Que Esta Escrito?
©1994, ©1995, ©1996, ©1997, ©1998, ©1999, ©2000, ©2001,
©2002, ©2003, ©2004, ©2005, ©2006, ©2007, ©2008, ©2009
Redator: Dennis Allan, C.P. 500 -- Jarinu – SP -- CEP: 13240-970
Andando na Verdade
©1999, ©2000, ©2001, ©2002, ©2003,
©2004, ©2005, ©2006, ©2007, ©2008
Redator: Dennis Allan, C.P. 500 -- Jarinu – SP -- CEP: 13240-970
Todos os artigos no site usados com permissão dos seus autores e editoras, que retêm direitos autorais sobre seu próprio trabalho. /
All of the articles on this site are used with permission of their authors and publishers, who retain rights of use and copyright control over their own work.
Estudos Bíblicos
estudosdabiblia.net
©1995-2023 Karl Hennecke, USA