A Tolice das Moscas

As moscas são uma irritação quase constante nos meses quentes, na minha casa. Invadem a cozinha, os quartos, o banheiro e a lavanderia. Pousam nas pessoas, nos alimentos, nas mesas e nas paredes.

Já ouviu falar de pessoas tão meigas que não matariam uma mosca? Não sou essa pessoa. Confesso abertamente que eu mato esses bichos de qualquer maneira possível. Esmago. Uso veneno que atrai e mata. Estico aquele papel adesivo que prende as moscas até morrerem. Até comprei uma daquelas luzes que atrai o inseto e dá fim nele quando passa por uma tela energizada. Não venço a guerra, mas continuo batalhando.

Fico admirado com a tolice das moscas. São capazes de voar ao redor de monte de “amigos” mortos e pousar no mesmo veneno, onde também morrem. Com seus olhos grandes e sensíveis, podem ver vários dos seus “colegas” presos num papel adesivo, e ainda param no mesmo lugar, onde seu destino é o mesmo. Não sei se conseguem sentir o cheiro das moscas fritas na tela perto daquela luz ultravioleta, mas vão voando pela mesma tela, e ZAP!

Temo que nós não somos muito mais inteligentes do que as moscas.

Apesar de inúmeros avisos sobre o perigo do pecado, somos capazes de ficar pertinho de pessoas que já morreram nos seus erros, e ainda escolhemos nos mergulhar no mesmo veneno. Decidimos voar diretamente para o pecado, sabendo que ele pode nos matar, e ainda recusando aprender as lições das pessoas que caíram antes de nós.

Será que a nossa tolice excede a das moscas?

As moscas são incapazes de ler os avisos sobre o perigo. Aquelas letras explicativas nas caixas de veneno ou nos aparelhos elétricos podem ser compreendidas por seres humanos, mas não por suas pretendidas vítimas voadoras. Nós, porém, sabemos ler e temos acesso a milhares de avisos sobre o perigo do pecado. Podemos ver muitos exemplos de pessoas que caíram no erro e não se levantaram. Mesmo assim, somos atraídos pela isca e nos entregamos ao pecado.

As moscas têm uma boa desculpa, por não saberem ler. Qual desculpa nós temos? Mesmo podendo ver todos os avisos sobre a consequência do pecado, decidimos pousar no veneno ou nos jogar na tela de alta tensão. Parece que a nossa é uma tolice especial!

Moscas, guiadas por instinto, são sujeitas às artimanhas dos homens e continuam sendo mortas sem poder resistir. Mas não somos moscas. Somos seres inteligentes capazes de ouvir, entender, escolher e amar. Deus nos deu condições de vencer as tentações que enfrentamos. O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Corinto: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Coríntios 10:12-13). Nós podemos e devemos decidir sobre a tentação e o pecado, para evitar a consequência: “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23).

Podemos seguir o conselho saudável do nosso Criador que nos ama e quer nos salvar: “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4). Ezequiel escreveu: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Ezequiel 18:32).

Agiremos como moscas que não têm noção dos perigos, nem esperança de vida além da morte? Temos uma escolha! “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6:7-8).

-por Dennis Allan