Alegria nas Provações?

Oito milhões de brasileiros gastam um total de aproximadamente oito bilhões de reais por ano em academias (fonte: www.iespe.com.br/blog/mercado-fitness/). Esses clientes, preocupados com sua saúde física, entendem que precisam enfrentar resistência, levantar peso, forçar o corpo até os limites, para ficar mais fortes e saudáveis.

A epístola de Tiago contém tantas orientações práticas e sábias que alguns a consideram um livro de sabedoria, comparável ao livro de Provérbios. Logo no início da sua carta, Tiago ensinou os cristãos a achar motivo de alegria nas suas provações: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1:2-4).

As provações vêm! Tiago não falou de ficar alegres se passarem por provações. Algumas versões falam sobre “o fato” das provações, e outras dizem “quando” passarem por provações. Quando passamos por momentos difíceis nos quais nos sentimos tentados a desistir de tudo e até negar o Deus que nos deu vida, devemos lembrar-nos das palavras de Tiago. As provações virão, e devem ser vistas como motivo de alegria! Da mesma forma que uma pessoa ganha força física enfrentando resistência, crescemos espiritualmente quando passamos por provações.

Quando resistimos firmes, mesmo em meio a provas espirituais, desenvolvemos a perseverança. Qualquer atleta entende a importância da determinação para cumprir uma prova. Alguns leitores podem lembrar-se de nomes como Eliud Kipchoge ou Vanderlei de Lima, pois completaram suas provas de maratonas olímpicas e ganharam medalhas. Mas alguém lembra dos nomes de atletas que desistiram, mesmo depois de 35 quilômetros da prova de 42?

Nosso progresso espiritual exige a determinação de seguir o exemplo de Jesus até o fim da corrida: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hebreus 12:1-3).

Tiago enfatiza o risco da desistência, nos incentivando a prosseguir até o fim das provas: “Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1:4). Nesse versículo, Tiago usou a mesma palavra grega para falar sobre a ação (completa) e as pessoas que passam pelas provações (perfeitas). A palavra significa maduro, o que passou por todas as etapas de um processo. É necessário passar pelo processo das provações para amadurecer, ou seja, passar pelas etapas do crescimento.

A outra maneira de falar dessa maturidade espiritual está no fim desse versículo: “em nada deficientes”, ou seja, “sem que falte a vocês coisa alguma” (NVI). Quem está completo e maduro está equipado para os desafios que vêm pela frente.

Uma coisa específica que não pode faltar nesse processo é a sabedoria, o discernimento necessário para escolher o caminho e perseverar diante das provações. Pensando nisso, Tiago introduz uma série de contrastes entre as boas coisas que Deus oferece e as coisas vãs desse mundo passageiro. Ele diz: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1:5). Sua linguagem nos lembra das palavras do Mestre divino, que falou da mesma busca espiritual quando disse: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mateus 7:7).

Ouvindo as orientações da Palavra de Deus, e vivendo conforme a sabedoria que vem do Senhor, podemos suportar provações e ficar cada vez mais fortes.

-por Dennis Allan