Jonas Prega em Nínive

O profeta Jonas, arrependido depois de tentar fugir da presença do Senhor, clamou a Deus do ventre do grande peixe, e este mandou que a criatura do mar vomitasse o homem em terra (Jonas 2:10). Mas a história de Jonas não acabou naquela praia do Mediterrâneo. Deus repetiu a mesma ordem que havia dado para Jonas no início do livro, mandando que o profeta pregasse na cidade de Nínive (Jonas 3:1-2). Ele foi encarregado de pregar a mensagem que Deus lhe daria, enfatizando a importância da palavra do Senhor. O respeito pela palavra de Deus começou com o profeta, que foi obediente nesta segunda chamada. Jonas foi à grande cidade de Nínive, com uma população de centenas de milhares de pessoas.

A mensagem que ele pregou foi simples: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jonas 3:4). A mesma linguagem aparece em Gênesis 19 para descrever a destruição total de Sodoma. Deus estava preparando o castigo final de Nínive.

Mas aconteceu algo surpreendente. Os ninivitas acreditaram na mensagem de Jonas, creram no Deus verdadeiro e se arrependeram! Sua tristeza por terem pecado contra Deus se manifestou nos costumes que acompanhavam angústia na sua cultura: jejuaram e vestiram-se de panos de saco (Jonas 3:5-8). Depois de um dia da pregação de Jonas, a notícia se espalhou pela cidade e chegou aos ouvidos do próprio rei, que também se arrependeu e mandou que os cidadãos abandonassem sua maldade.

O registro bíblico não fala de Jonas ter recomendado o arrependimento, nem sugerido a possibilidade da clemência divina. Mas o rei revelou sua esperança quando disse: “Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?” (Jonas 3:9). Há três possibilidades interessantes para oferecer uma base dessa esperança:

(1) Revelações anteriores. É possível que o rei tivesse conhecimento de Deus e de sua palavra antes da chegada de Jonas. Quase todos os livros proféticos do Antigo Testamento incluem avisos aos povos pagãos, e a cobrança de Deus é evidência do fato desses povos terem algum conhecimento dos princípios morais que ele havia revelado aos homens desde o início da História.

(2) Outras palavras do profeta Jonas. É possível que a pregação de Jonas fosse mais extensa do que a pequena frase citada acima, e que ele tenha falado da necessidade da conversão e da realidade da graça de Deus.

(3) A evidência da presença do profeta. Um comentário de Jesus, feito 800 anos depois de Jonas, aponta para um outro fator no arrependimento dos ninivitas. Jesus comparou o maior sinal da verdade da sua mensagem, sua ressurreição, com a “ressurreição” do profeta Jonas (Mateus 12:38-41). É provável que a notícia dos acontecimentos do primeiro capítulo tenha chegado aos ouvidos do rei de Nínive antes de Jonas aparecer na cidade. Não é difícil imaginar pessoas em Nínive, ouvindo da “morte” de Jonas no mar, achando-se acima de qualquer condenação. Mas quando o profeta chegou, o impacto teria sido muito forte. A presença de Jonas serviu para provar duas coisas que contribuíram para o arrependimento do povo: (1) Deus é poderoso, e assim capaz de cumprir seus planos de destruir a cidade, e (2) Deus é misericordioso. Perdoou Jonas, e ainda poderia perdoar Nínive!

O rei esperançoso tinha razão! “Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jonas 3:10). O Senhor poupou a vida de Jonas e, também, poupou a cidade de Nínive.

A boa notícia é que esse mesmo Deus oferece sua misericórdia para nós! Ele nos orienta a crer em Jesus (João 8:24), nos arrepender dos nossos pecados (Lucas 13:3; Atos 2:38) e ser batizados para receber perdão das nossas ofensas (Atos 2:38; 22:16). Deus continua sendo paciente conosco, pois não quer “que ninguém pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9).

-por Dennis Allan