Depois de uma experiência inédita que incluiu um navio, uma tempestade no Mar Mediterrâneo e um passeio na barriga de um grande peixe, o profeta Jonas obedeceu a Deus e pregou ao povo de Nínive. Os cidadãos daquela cidade importante do Império Assírio ouviram sua mensagem e se arrependeram. Deus viu a humildade do povo e não trouxe sobre a cidade o grande castigo que ele havia planejado. Em termos do número de convertidos depois de um dia de pregação, é difícil imaginar um pregador mais bem-sucedido do que Jonas. Havia 120.000 criancinhas na cidade (Jonas 4:11), então dá para calcular uma população de, pelo menos, centenas de milhares de habitantes.
Depois de um sucesso tão enorme, qual seria a reação do pregador? Se os anjos no céu fazem festa quando um pecador se arrepende (Lucas 15:7,10), seria possível Jonas conter sua alegria depois daquele dia?
Jonas, porém, não ficou alegre! Pelo contrário, ele ficou muito bravo e fez uma das orações mais estranhas da história: “Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4:2-3). Jonas reclamou porque Deus é misericordioso e benigno! Ele achou a graça de Deus algo tão intolerável que queria morrer para não viver mais em um mundo onde Deus mostra compaixão!
Quando Deus perguntou para Jonas se sua raiva estava justificada, ele nem respondeu (Jonas 4:4). As suas atitudes ficam evidentes no comportamento. Parece uma criança fazendo birra ao sair da cidade, fazer um abrigo provisório e ficar olhando para a cidade, esperando Deus mandar fogo do céu para acabar com Nínive (Jonas 4:5). Ele queria que Deus aplicasse a justiça acima da compaixão. Ainda bem que sabemos da vontade de Deus de salvar todas as pessoas (1 Timóteo 2:4; 2 Pedro 3:9), porque “A misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tiago 2:13). Jonas, porém, queria o juízo contra os ninivitas, não a misericórdia.
Deus ainda não desistiu desse pregador. Usou uma planta e um verme para ensinar uma lição importante (Jonas 4:6-9). Primeiro, Deus fez crescer uma planta para dar sombra para o profeta. Jonas ficou muito feliz com esse alívio do calor do deserto, mas, no dia seguinte, Deus mandou um verme para atacar a planta e um vento quente para secá-la. Quando a planta murchou e não deu mais sua sombra, Jonas ficou bravo. Novamente, Deus perguntou se a raiva era razoável, e Jonas afirmou que sim! Ele acreditou que tivesse toda razão em ficar irado porque uma planta, que dava algum conforto para ele, secou!
Deus usou a raiva de Jonas referente à planta para tentar comunicar seus sentimentos ao profeta. Se Jonas achava razoável ficar bravo por perder uma coisa que apareceu sem nenhum esforço dele, não poderia entender que Deus ficaria triste se morressem milhares de pessoas, até crianças inocentes, que ele criou e amou?
A perspectiva de Jonas sobre a misericórdia de Deus foi muito egocêntrica. Quando Deus mandou o peixe para impedir que ele se afogasse, ele não reclamou. Não desprezou a graça de Deus quando se achou vivo na terra seca. Não criticou o Senhor por fazer uma planta que aliviou seu sofrimento no calor do deserto. Jonas achou normal Deus mostrar compaixão para com ele, mas ficou bravo quando estendeu a mesma graça aos outros.
Quase 800 anos depois de Jonas, Jesus combateu a mesma atitude entre os religiosos da sua época. Pessoas que se consideravam escolhidas por Deus não queriam ver os desprezados chegarem ao Senhor (Lucas 15:1; Mateus 23:13).
Ainda 2.000 anos depois de Jesus, corremos o risco de cometer o mesmo erro. Se nos acharmos merecedores da bondade de Deus, superiores a outras pessoas, somos culpados do mesmo pecado que Jonas e os fariseus cometeram. Cuidado! Nenhum de nós merece a bondade de Deus, mas todos nós temos a oportunidade de receber sua graça (Efésios 2:8).
-por Dennis Allan
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