A nação de Israel, o povo escolhido por Deus no Antigo Testamento, estava em apuros e precisava da libertação que só Deus pôde oferecer. O apelo do Salmo 80, composto por Asafe, reconhece a posição de Deus, de Israel e dos seus inimigos. O povo sentiu o peso da rejeição divina e a opressão dos seus inimigos, e procurou a salvação.
Esse hino se divide em três partes principais, cada uma terminando com o mesmo refrão (com pequenas diferenças nos títulos divinos): “Restaura-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos” (versos 3,7,19). Esse refrão frisa um ponto importante. Enquanto o Salmo faz apelos para Deus agir, o próprio povo precisava agir, voltando para Deus e sendo restaurados à sua comunhão com o Senhor.
A primeira parte é um apelo para Deus ouvir a súplica do seu povo (versos 1 a 3). Deus é descrito como o pastor que conduz o povo de Israel. Ele ocupa sua posição no trono acima dos querubins (um fato evidente em aparições divinas e na representação no Santo dos Santos no tabernáculo no deserto e, mais tarde, no templo em Jerusalém – Ezequiel 10:1-5; Êxodo 25:10-22; 1 Reis 6:23-28). A menção de Efraim, Manassés e Benjamim pode indicar a região ameaçada (neste caso, o Salmo pode se referir à queda de Samaria em 721 a.C.) ou pode identificar os mais vulneráveis da nação, pois Efraim e Manassés eram filhos do penúltimo filho de Jacó, e Benjamim foi o caçula. Uma outra explicação, talvez a mais interessante, considera a posição dessas tribos nos acampamentos e viagens do povo no deserto, pois foram as três que seguiam logo atrás do tabernáculo de Deus, assim sendo protegidas por ele em uma posição donde daria para ver suas grandes obras (Números 2:17-24).
A segunda parte do Salmo lamenta a condição de Israel sem o favor de Deus (versos 4 a 7). Inicia com uma das “até quando” perguntas que aparecem nos Salmos, especialmente nos hinos de Asafe: “Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, até quando estarás indignado contra a oração do teu povo?” O principal problema de Israel não era as ameaças das nações, e sim o perigo de continuar afastados de Deus. Sem a comunhão com Deus, o povo sofria a angústia de ser humilhado como objeto de zombaria.
A terceira e maior parte do cântico traça a história da nação de Israel, como povo escolhido por Deus, na forma de uma alegoria sobre uma videira (versos 8 a 19). No verso 8, ele descreve o estabelecimento do povo na terra prometida. Deus trouxe uma videira do Egito, expulsou as nações da terra de Canaã e plantou sua videira. Nos versos 9 a 11, ele fala da expansão e prosperidade da nação: a videira cresceu e encheu a terra, do mar até ao rio.
Mas, Deus removeu as cercas de proteção e deixou a videira exposta. Tanto homens quanto animais ganharam acesso e estragaram a videira (versos 12 e 13). O povo faz mais um apelo ao Deus dos Exércitos (verso 14), uma descrição usada quatro vezes nesse pequeno Salmo, pedindo para ele voltar e visitar seu povo sofredor. A palavra usada no refrão (restaura-nos) e a expressão desse apelo (volta-te) vêm da mesma raiz hebraica. A restauração do relacionamento envolve movimento dos dois lados: o povo precisava ser restaurado e voltar para Deus, e o Senhor teria de virar na direção do povo. Deus, sempre fiel, deseja a comunhão com seu povo, mas suas criaturas nem sempre querem andar com ele.
Mas, Asafe, como porta-voz da nação, claramente deseja a salvação e a restauração do favor divino. Ele pede para Deus por sua mão direita sobre o povo, usando seu poder para proteger a nação. Asafe entende, porém, que a permanência no favor de Deus exige que o povo demonstre sua fidelidade: “E assim não nos apartaremos de ti; vivifica-nos, e invocaremos o teu nome” (verso 18).
A comunhão com Deus, hoje como na época de Asafe, depende da graça de Deus e da fé obediente do homem: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:8-10).
-por Dennis Allan
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