Estudos Bíblicos

Entendendo a Bíblia: Usando Versões Diferentes

A prática de traduzir as Escrituras dos idiomas originais para outros começou séculos antes do nascimento de Jesus. Na busca de conhecimento dos gregos na expansão iniciada por Alexandre o Grande, foi realizada uma importante tradução das Escrituras hebraicas ao grego, conhecida como a Septuaginta (LXX). Nos primeiros séculos depois de Cristo, os textos do Novo Testamento foram traduzidos para vários outros idiomas. Nos últimos 600 anos, a invenção da prensa mecânica e um amplo questionamento das autoridades religiosas contribuíram para o florescimento das atividades de tradução da Bíblia. Atualmente, editoras e sociedades bíblicas ao redor do mundo se dedicam ao trabalho importante de traduzir e publicar a Bíblia nas diversas línguas humanas.

A Bíblia completa já foi traduzida em, pelo menos, 674 idiomas diferentes (fonte: United Bible Societies). Em muitos idiomas, incluindo o português, há dezenas de traduções disponíveis em livrarias e, gratuitamente, na Internet. Somos privilegiados com recursos excelentes para ajudar na compreensão das Escrituras, pois a simples comparação de versões diferentes serve para esclarecer o sentido de muitas palavras.

Se a Bíblia é única, como pode haver essas diferenças de uma versão para outra? Há vários fatores que afetam as traduções, entre eles:

1) A abordagem à tradução: literal ou dinâmica? O objetivo dos tradutores determina seu estilo e o nível de dificuldade da leitura. Uma tradução mais literal procura as palavras portuguesas que são mais próximas às palavras originais hebraicas ou gregas, e até tenta manter a ordem das palavras originais. Há muitas vantagens nessa fidelidade aos textos originais, mas a grande desvantagem é a dificuldade da leitura. De fato, uma tradução totalmente literal, até preservando a ordem das palavras, seria incompreensível. Por outro lado, uma tradução dinâmica procura criar no leitor moderno a mesma reação que um leitor antigo teria ao ler o texto original. As palavras podem ser bem diferentes. A vantagem é uma leitura mais fácil, mas o custo pode ser alto, pois a tradução mais dinâmica envolve muita interpretação e facilmente reflete tendências doutrinárias dos tradutores. Para facilidade de leitura, uma versão mais dinâmica (a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, por exemplo) pode ser preferível, mas o estudo sério exige mais esforço para pesquisar e compreender expressões que aparecem nas traduções mais literais (exemplos: a Almeida Revista e Atualizada e a Nova Versão Internacional).

2) A capacidade do tradutor e os recursos empregados. Um bom tradutor dedica anos ou até décadas ao estudo dos idiomas envolvidos. Quem realiza esse trabalho hoje tem, à sua disposição, milhares de manuscritos do Novo Testamento. Ainda assim, seu trabalho exige pesquisas de outra literatura no idioma original, fora da Bíblia, especialmente para descobrir os significados de palavras que aparecem poucas vezes nas Escrituras. E, obviamente, o domínio do tradutor do português atual terá um impacto na qualidade da sua apresentação.

3) A data da tradução. Deus encerrou o processo da revelação das Escrituras há mais de 1.900 anos, e disse que essa palavra é eterna (1 Pedro 1:25). Mas as línguas atuais mudam. Você já tentou ler documentos históricos da época da colonização do Brasil? Mesmo livros bem mais recentes podem ser difíceis por causa da evolução do nosso idioma. Por isso, novas versões são lançadas com uma certa frequência. As Sociedades Bíblicas Unidas (SBU) recomendam uma revisão profunda de qualquer tradução a cada 25 anos (fonte: Sociedade Bíblica do Brasil). O propósito não é mudar a Bíblia, e sim manter a mesma mensagem disponível em palavras compreensíveis para os leitores atuais.

Quando entendemos um pouco dos desafios que os tradutores encaram, podemos compreender melhor o valor de comparações. Seja por meio de Bíblias impressas, aplicativos no celular ou sites de pesquisa na internet, crie o hábito de comparar várias versões para esclarecer palavras difíceis na sua leitura da Bíblia.

-por Dennis Allan


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