Promessas, pecado, castigo, arrependimento, graça e restauração estão entre os temas importantes do Salmo 85. Composto pelos descendentes de Corá, esse hino se ajusta ao tempo da volta dos judeus do cativeiro na Babilônia, no sexto século antes de Cristo.
A base desse Salmo é a relação especial entre Deus e o povo de Israel, que serve como pano de fundo da mensagem do Antigo Testamento, de Gênesis a Malaquias. Deus prometeu separar uma nação especial dos descendentes de Abraão e lhes dar uma terra própria. Essas promessas foram cumpridas no tempo de Moisés e Josué. Nos seus últimos discursos antes de morrer, esses líderes importantes lembraram o povo da necessidade de continuar sendo obediente para manter posse da terra e permanecer na graça de Deus (Deuteronômio 28; Josué 23 e 24).
Durante séculos, o povo se mostrou rebelde, e Deus demonstrou tremenda paciência. Mandou profetas para chamar o povo ao arrependimento, e usou homens corajosos como instrumentos para livrar Israel das mãos dos seus adversários. Apesar da misericórdia de Deus, a nação continuou na sua desobediência, praticando a idolatria e outros pecados graves contra o Senhor. A paciência de Deus com Israel se esgotou, e o povo foi levado ao cativeiro.
É provável que os descendentes de Corá tenham escrito esse Salmo perto do fim da vida de Daniel, no tempo em que Ciro, rei da Medo-Pérsia, permitiu que Zorobabel conduzisse um grupo de aproximadamente 50.000 pessoas de volta a Jerusalém. O Salmo traz uma mistura de apelo para a restauração, gratidão pela misericórdia e adoração do Senhor, que sempre demonstra sua santidade e justiça.
A primeira declaração do hino apoia a interpretação comum que posiciona o Salmo no tempo do decreto de Ciro (538 a.C.). Deus havia mostrado favor para perdoar os pecados da nação e restaurar a prosperidade de Israel (versos 1 a 3).
Ao mesmo tempo que o salmista agradece pela libertação realizada, ele faz um apelo ao Senhor, pedindo a salvação do povo (versos 4 a 7). O autor não cai em contradição, pois a restauração da nação não foi imediata. O processo de reconstrução levou décadas, e alguns aspectos da promessa olharam ainda mais para frente. A continuação desse processo dependia da dedicação e fidelidade do povo, um fato evidente em livros do período, como Esdras, Ageu, Zacarias, Neemias e Malaquias. Nos primeiros anos depois do decreto de Ciro, os judeus que voltaram para Jerusalém enfrentaram grandes dificuldades, especialmente ameaças dos seus adversários. Em alguns dos livros citados, esses problemas foram atribuídos às circunstâncias externas e à maldade dos outros povos, mas os profetas mostraram que o verdadeiro empecilho estava nas atitudes e conduta do próprio povo.
Os últimos versos são palavras de adoração para Deus, frisando os principais aspectos do seu caráter (versos 8 a 13). Ele transmite uma mensagem de paz e salvação aos seus santos. Sem negar a aplicação inicial no tempo da composição do Salmo, não podemos ler esses versos sem pensar no cumprimento da mais importante promessa a Abraão, bênçãos para todas as famílias da terra por meio de um descendente dele (Gênesis 12:3). Essa promessa foi cumprida em Jesus Cristo, que trouxe a mensagem da salvação (João 12:47) e se tornou a paz quando se sacrificou para reconciliar os pecadores a Deus (Efésios 2:14-16).
É nesse contexto do Salmo 85 que encontramos uma das mais belas passagens na Bíblia: “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (verso 10). A justiça do Senhor traz a ira do santo Deus contra suas criaturas rebeldes. A graça oferece perdão e reconciliação para permitir que essas mesmas criaturas gozem a comunhão do eterno Deus. A restauração dos judeus à sua terra no tempo de Zorobabel foi apenas um vislumbre da obra redentora que seria realizada mais de 500 anos depois. Paulo falou do cumprimento desse plano eterno de Deus, “...para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3:26).
A nossa esperança depende do sacrifício de Jesus, pois a justiça e a paz se beijaram perfeitamente na cruz do Calvário.
-por Dennis Allan
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