Uma Fórmula para a Pobreza

“O que lavra a sua terra terá pão em abundância, mas quem corre atrás de coisas sem valor não tem juízo” (Provérbios 12:11).

O livro de Provérbios oferece muito conselho sábio que continua relevante 3.000 anos depois da composição do livro. Como afirmações gerais de verdades práticas, os provérbios não são regras absolutas. Porém, de modo geral, falam da realidade da vida de uma perspectiva espiritual. Ganhamos muito quando damos importância a esse livro.

O provérbio citado acima apresenta um contraste entre atitudes que observamos frequentemente no dia a dia. Aquele que lavra a sua terra é o trabalhador esforçado. Em uma economia baseada na agropecuária, a esperança da sobrevivência depositava-se na terra que as famílias cultivavam. Por meio do trabalho esforçado dia após dia, mesmo meses antes da colheita, o agricultor teria condições de manter a sua família e acumular alguma abundância. Os resultados do seu trabalho duro não seriam imediatos, mas viriam.

Hoje, algumas pessoas demonstram essa atitude de se esforçarem no seu trabalho. Persistem apesar de desafios e dificuldades. Seus salários podem não ser grandes, mas são o fruto do trabalho honesto. Com administração cuidadosa e domínio próprio, conseguem cuidar das necessidades imediatas e ainda poupar alguma coisa para o futuro. Aos poucos, a circunstância na vida tende a melhorar.

Quando essas pessoas agem com fundamento no ensinamento das Escrituras, sua situação melhora mais ainda. Não digo que ganham mais ou que ficam ricas, mas que aprendem a ser tranquilas e contentes. Jesus ensinou: “Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que comeremos?’, ‘Que beberemos?’ ou ‘Com que nos vestiremos?’” (Mateus 6:31). O apóstolo Paulo reforçou esse ensinamento: “Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6). A ideia não é de tranquilidade na confiança de que Deus conceda grandes bênçãos materiais, e sim no contentamento em todas as circunstâncias. No mesmo capítulo, Paulo falou de aguentar situações difíceis de necessidade por causa dessa confiança: “Digo isto, não porque esteja necessitado, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Sei o que é passar necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de ter em abundância como de passar necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:11-13). Em termos bem simples, Paulo disse: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8).

É comum, também, encontrar pessoas que vivem na tolice da segunda parte do provérbio destacado: “…mas quem corre atrás de coisas sem valor não tem juízo”.

Quantas pessoas vivem pulando de um negócio para outro, desejando ficar ricas com o mínimo esforço possível? E sempre tem alguém para oferecer “oportunidades” que sugerem grandes lucros com pouco trabalho. A grande maioria das pessoas não alcança prosperidade e, pior, apenas perde dinheiro e tempo tentando.

Talvez a ilustração mais óbvia da tolice de correr atrás de coisas sem valor são as várias loterias que tomam o dinheiro dos esperançosos e oferecem uma chance infinitésima de ganhar. Quase ninguém vive com medo de ser atingido por um raio, mas um matemático concluiu que é “...33 vezes mais fácil ser atingido por um raio do que receber o prêmio integral da Mega-Sena...” (Folha De S.Paulo, consultado em 21/01/19). É muito mais sensato trabalhar e economizar do que correr atrás da riqueza fácil que nunca se concretiza.

Quer pobreza garantida? Corra atrás das riquezas fáceis! O trabalho honesto com a administração disciplinada e a confiança no Senhor vale muito mais do que alguns números aleatórios ou outras “oportunidades” de se enriquecer sem esforço.

-por Dennis Allan