Não Tocar nos Ungidos de Deus: Imunidade Diplomática para Pastores?
“Não toquem nos meus ungidos, nem maltratem os meus profetas” (Salmo 105:15). Essas palavras do Senhor devem ser entendidas como uma proteção especial que coloca pastores e padres acima de investigação, repreensão e consequências dos seus pecados? Podem pecar com imunidade e impunidade, se escondendo atrás de títulos e posições nas suas igrejas? Devemos fechar os olhos ou passar a mão na cabeça de líderes religiosos que cometem erros e até crimes?
Não!
Nos últimos três artigos desta coluna, observamos o ensinamento do Antigo Testamento, considerando o mau exemplo do rei Saul ao matar sacerdotes por motivos particulares e errados, o bom exemplo de Davi que aguardou a justiça de Deus e recusou levantar a mão contra um rei escolhido por Deus e o conteúdo e contexto do Salmo 105, frequentemente abusado por líderes religiosos para se esquivarem da responsabilidade por seus atos. Agora, vamos encerrar esse estudo com a consideração de três princípios do Novo Testamento, a parte da Bíblia que nos governa atualmente.
(1) Líderes religiosos não são imunes ao pecado, nem à repreensão. Quando Pedro errou, Paulo o repreendeu publicamente (Gálatas 2:11-14). Mas nem o apóstolo Paulo se julgava acima da mensagem que pregava. Ele lutava diariamente para não ser vencido pelo pecado e desqualificado (1 Coríntios 9:27).
(2) Líderes religiosos merecem o mesmo respeito que outros devem receber. Para uma denúncia contra um presbítero (outro termo para pastor ou bispo – Atos 20:17,28), deve ter duas ou três testemunhas e os culpados devem ser repreendidos (1 Timóteo 5:19-20). Jesus ensinou a mesma coisa quando falou de problemas entre cristãos em geral (Mateus 18:15-17). Pastores não ficam acima, nem abaixo, dos outros cristãos.
(3) Os cristãos são os ungidos e devem ser respeitados pelos pastores! No Novo Testamento, a unção descreve a relação especial de Deus com todos os cristãos, não apenas com líderes (1 João 2:27). Vários trechos ensinam que os pastores devem respeitar as ovelhas do Senhor, as pessoas que pertencem a Cristo, nunca abusando da sua posição ou autoridade (Atos 20:28-30; 1 Pedro 5:1-3). Pastores não devem tocar nas ovelhas ungidas de Deus!
Líderes religiosos que pecam não devem procurar esconderijo para fugir das consequências. Eles devem mostrar o arrependimento e buscar a misericórdia do Senhor Jesus, que morreu para nos salvar. Ele é capaz de perdoar!
-por Dennis Allan
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